
A antiga cestaria da zona de Alcobaça, especialmente na freguesia de **Coz**, é um verdadeiro tesouro do artesanato português — e aqui vai um retrato poético e fiel dessa tradição:
🧺 **Cestas de Coz: entre juncos e gerações**
No silêncio das casas de pedra, entre campos e mosteiros, mulheres de Coz — freguesia do concelho de Alcobaça — teciam cestas como quem borda o tempo.
Com **junco colhido à mão**, criavam **alcofas, ceiras, esteiras e cestos de praia**, que ganhavam forma em teares simples, muitas vezes montados nas próprias salas.
Essa arte, com mais de **150 anos de história**, era passada de mãe para filha, entre colheitas e conversas.
Nos anos 50 e 60, as cestas de Coz eram vendidas em feiras por todo o país — e até exportadas para Espanha.
Cada peça era única, feita com paciência, saber e um olhar atento ao detalhe.
Com o tempo, a tradição quase se perdeu.
Mas em 2015, um projeto chamado **COZ Art**, ligado ao Centro de Bem-Estar Social da freguesia, devolveu vida à cestaria local.
Instalado na **Adega das Monjas**, junto ao Mosteiro de Santa Maria de Cós, o projeto resgatou técnicas, histórias e orgulho — transformando o que era memória em criação contemporânea.
Ainda me lembro a minha infância, quando mulheres da minha familia teciam estes cestos, na zona da Castanheira de Alcobaça, numa pequena casinha, cheia de juncos de várias cores, com o seu aroma caracteristico e ao fundo da sala, principal, os enormes teares de madeira.
Ainda tenho 2 desses cestos no meu Estudio.


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